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sexta-feira, janeiro 21

(LIXO...)

Que tal a frase: “É cômodo ficar sem revirar o lixo.”

Muitos momentos são vividos e vivenciados por um humanóide, não é... sempre muito difícil olhar, cheirar, separar, analisar, selecionar, “reciclar” algo deveras putrefato. Lixo velho, antigo e passado, que acumula mau cheiro.

Por que?

Vivemos anos a fio negando “partes” de nós mesmos, que nos maltratam, sem termos o mínimo de cuidado, paciência e solidez em nosso processo de desenvolvimento.

É claro que ninguém deve ser julgado por isso, até porque essas atitudes ocorrem de maneira mais ou menos autônoma e involuntária. Essa atitude se manifesta claramente quando temos um comportamento avulso, tomamos uma atitude loquaz, concluímos uma hipótese, ou quando simplesmente perdemos as “estribeiras” de nós mesmos (perdemos os ‘estribos’ de nossa autocavalgadura).

Apesar dessa “cegueira” para os conteúdos sombrios em nós, nada impede que os conteúdos atuem em nosso dia-a-dia, nos influenciando, nos direcionando nas decisões, nos fazendo preferir e escolher uma coisa e preterir e recusar outra, queiramos ou não. Aliás, quanto mais cegos, mais influenciados, e menos donos de si e da própria vida.

Esse é o sentido do autoconhecimento, trabalhar a ponto de entender-nos e compreender todo nosso processo humano, como seres influenciadores e influenciados. As moscas do lixo sempre aparecem... sonhamos com elas, escutamos elas, as comemos... além de outras maneiras, elas aparecem.

- Aos que crêem no processo, paciência, clareza de visão, calma, que mesmo difícil e fétido, a luz do caminho sempre ilumina cada dias mais...

- Aos cegos, que Deus seja benevolente e que a estrada tortuosa ensine algo, mesmo que pra isso seja preciso unhas encravadas, feridas na alma, no corpo e etc... Boa sorte!

Bons ventos...
&
Até breve!

quinta-feira, janeiro 6

(Passione)

Acharam que comentaria algum episódio da novela global? Seria um equívoco ou uma insanidade...haha...até porque o título da novela foge um pouco do significado do termo latina usado...não falemos de novela!

Vamos nos ater a refletir sobre a paixão e o estar apaixonado.

Primeiramente entendamos o que viria a ser esse fatal conjunto de letras.

Paixão – Segundo a Etimologia Latina (passio-onis) : sacrifício, sofrimento, etc.
Paixão – Segundo a Etimologia Grega (pathos): patologia, catástrofe, assujeitamento, etc.

E como pensar o “estar apaixonado”!?

No caso do Cristo, verifica-se a terminologia latina. Porém, vamos nos remeter à Grécia antiga.

Estar apaixonado seria um estado de “estar possuído” por uma força ou “estar sujeito” à um estado emocional, um movimento in-ex, em direção à um alvo específico

Difere-se do amor pois o amor permite, abre mão... o amor é calmo, a paixão é sedenta. (Já devem ter escutado o termo, “amo tanto que tenho vontade de te engolir”). Nota-se uma mistura quase conflituosa, uma falta de diferenciação. Neste estado os ‘pombinhos’ (lembranças ao pombo correio) se auto-identificam nas formas físico-exteriores.

A Psicologia de Jung, menciona aspectos interiores específicos (ANIMUS e ANIMA – Terminologias latinas para ALMA) como sendo o contraponto do gênero físico de cada um. O estar apaixonado seria identificar esse aspecto de beleza interior na outra pessoa,  refletindo tal aspecto de nosso inconsciente, se torna nada mais que a projeção de si mesmo em alguém. Talvez explique a lógica de ser tão mais fácil apaixonar-se por pessoas bonitas. Compreende-se o mito de Narciso, onde se apaixona por seu reflexo na água (espelho), onde num movimento egóico se afoga em si mesmo. Talvez a paixão nos traga um pouco de sobriedade de vez em quando.

...equilibrium...


Nessa identificação do outro de si mesmo, na pessoa à sua frente (objeto da projeção) responsabilizamos esse outros pelos prazeres e pelas dores que venhamos a sentir.

E continuamos a saga da culpabilização. É sempre alguém o responsável por “mim”.

E agora, Apaixonar-se ou não...? Quem sabe haja uma transformação...pode ser, mas isso é uma outra história.

Bons sonhos...
&
Até breve!