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quinta-feira, janeiro 6

(Passione)

Acharam que comentaria algum episódio da novela global? Seria um equívoco ou uma insanidade...haha...até porque o título da novela foge um pouco do significado do termo latina usado...não falemos de novela!

Vamos nos ater a refletir sobre a paixão e o estar apaixonado.

Primeiramente entendamos o que viria a ser esse fatal conjunto de letras.

Paixão – Segundo a Etimologia Latina (passio-onis) : sacrifício, sofrimento, etc.
Paixão – Segundo a Etimologia Grega (pathos): patologia, catástrofe, assujeitamento, etc.

E como pensar o “estar apaixonado”!?

No caso do Cristo, verifica-se a terminologia latina. Porém, vamos nos remeter à Grécia antiga.

Estar apaixonado seria um estado de “estar possuído” por uma força ou “estar sujeito” à um estado emocional, um movimento in-ex, em direção à um alvo específico

Difere-se do amor pois o amor permite, abre mão... o amor é calmo, a paixão é sedenta. (Já devem ter escutado o termo, “amo tanto que tenho vontade de te engolir”). Nota-se uma mistura quase conflituosa, uma falta de diferenciação. Neste estado os ‘pombinhos’ (lembranças ao pombo correio) se auto-identificam nas formas físico-exteriores.

A Psicologia de Jung, menciona aspectos interiores específicos (ANIMUS e ANIMA – Terminologias latinas para ALMA) como sendo o contraponto do gênero físico de cada um. O estar apaixonado seria identificar esse aspecto de beleza interior na outra pessoa,  refletindo tal aspecto de nosso inconsciente, se torna nada mais que a projeção de si mesmo em alguém. Talvez explique a lógica de ser tão mais fácil apaixonar-se por pessoas bonitas. Compreende-se o mito de Narciso, onde se apaixona por seu reflexo na água (espelho), onde num movimento egóico se afoga em si mesmo. Talvez a paixão nos traga um pouco de sobriedade de vez em quando.

...equilibrium...


Nessa identificação do outro de si mesmo, na pessoa à sua frente (objeto da projeção) responsabilizamos esse outros pelos prazeres e pelas dores que venhamos a sentir.

E continuamos a saga da culpabilização. É sempre alguém o responsável por “mim”.

E agora, Apaixonar-se ou não...? Quem sabe haja uma transformação...pode ser, mas isso é uma outra história.

Bons sonhos...
&
Até breve!


Um comentário:

  1. Me ocorreu duas lembranças (e redundncias, rs) ao ler o texto. A primeira foi a musica da Pitty "Me Adora":
    Não importa se eu não sou o que você quer
    Não é minha culpa a sua projeção(...)
    Em contra partida, uma apaixonada consciente (pé no chão) é narrada na musica "Altar Particular"- Gadú:
    Meu bem que hoje me pede pra apagar a luz
    E pôs meu frágil coração na cruz
    No teu penoso altar particular (...)
    Se enfim, você um dia resolver mudar
    Tirar meu pobre coração do altar
    Me devolver, como se deve ser
    Ou então, dizer que dele resolveu cuidar
    Tirar da cruz e o canonizar
    Digo faço melhor do que lhe parecer (...)

    sõ duas formas de amar: uma aceita ser guardad em algum lugar no ser amado, outra, culpa o amado por ideliz-la. Acho que esta segunda opçao é da maioria pois, quando terminamos uma longa ou intensa relaçao, buscamos como fuga ou forma de culpar o outro. Sera que existe mesmo o conto classico de "O Banquete"- Platao, onde eles explica como e porque existem as almas gemeas?
    Não sei se decepções destroem essa fantasia de um amor eterno, ou se ele nao existe mesmo, e nos decepcionamos quando descobrimos isso.
    por enquanto fica só o medo da deliciosa sensação de se apaixonar.

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