...Mondo dificile...

O habitante da sua pele, ou o morador dos seus escombros... essa pessoa que por vezes você encontra em qualquer espelho e não reconhece. Ela pode piscar pra você e mesmo assim você não a verá.

Ela te agrada, te estranha, te incomoda, te ama... e seu desejo continua impacientemente secreto de conhecer essa pessoa. E aquelas pessoas que repentinamente se afastam e somem? E as que ficam??? Como todas elas lidam com essas pessoas que elas vêem?

Isso é um mistério que poucos tem a honra de conhecer. Que tal um dia abrir as cortinas? Deixar a luz entrar pelas janelas. Comece tirando o pó das prateleiras...assoprando os idéias mofadas dos azulejos. Mas cuidado quando chegar no porão, você pode se surpreender com quem habita por lá.

Se você é um daqueles seres manipulados por uma série de padrões, talvez tenha um pouco mais de trabalho pra se aventurar pelos corredores dessa casa escura e de cortinas sujas.

E nessa caminhada você encontra vasilhas estragadas, latrinas “ensopadas”, bueiros destapados e o mau cheiro digno da falta de brilho.

El pueblo... que não mais se escondam detrás de suas personas in-divisíveis e in-visíveis!

Vê as escadas à frente? Dão no porão... Que tal se atrever?

Bons sonhos...

Você sabe com que você está falando???

O que nos faz crer que somos algo que achamos que somos? Isso mesmo...crença!

Em contra partida, está a sabedoria. Ou se crê, ou se sabe. Havendo sempre um leve e fino equilíbrio entre ambos, particularmente para encontrarmos a harmonia nessa dicotomia.

Em minha visão, igualmente dicotômica, acredito não ser o aspecto humano capaz de crer o que é bom e o que é ruim ao outro, seja esse cônjuge, família, amigo, Et Cetera. Essa estranha e complicada vida, onde cada pessoa somente é capaz de fazer aquilo que lhe cabe no momento, e que certamente se estivéssemos no lugar do outro, faríamos a mesma coisa. Porque o Maradona é tão ruim, ou tão bom? Porque temos que regozijar com seu vício? Porque o Senna é tão bom, ou tão ruim? Porque temos que nos vangloriar com seu sucesso?

E porque não podemos crer que temos um pouquinho de Maradona, ou de Senna? - Talvez pela penosa responsabilidade de sermos quem não queremos! Nessa vida cheia de armadilhas. - Uma vez reconhecido isso, olhado em nossos espelhos-invisíveis, agimos de forma tão violenta quanto uma criança chorando pelo brinquedo quebrado.

                NÃO! O Maradona não é tão ruim, ou o Senna tão bom... quem é ruim e bom é cada um de nós em sua peculiar parcela e ínfima existência mundana....afinal, quem tu pensas que és???